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Conservação dos dentes

O esmalte do dente é constituído de um material muito pouco solúvel em água e cujo principal componente é a hidroxiapatita - Ca5(PO4)3OH, um composto iônico formado por íons Ca2+, PO43– e OH–. Em um processo chamado desmineralização, uma quantidade muito pequena de hidroxiapatita pode se dissolver, em processo descrito pela equação:

 

Desmineralização da hidroxiapatita
Esmalte do dente

Esmalte do dente

 

Esse processo é normal e ocorre naturalmente. O processo inverso, a mineralização, também é normal. Os principais fatores que determinam a estabilidade da apatita na presença da saliva são o pH e as concentrações dos íons cálcio, fosfato e flúor em solução. A concentração dos íons H3O+, que altera o pH da saliva, é uma das principais responsáveis pela deterioração dos dentes. À medida que a placa bacteriana cresce, a concentração dos ácidos orgânicos produzidos pelas bactérias cresce, aumentando a concentração dos íons H3O+.


Os íons H
3O+ podem reagir com os íons OH–, produzidos na desmineralização, levando à formação de água:

 

Equilíbrio iônico da água

Os íons OH– são essenciais no processo de mineralização; sua neutralização por íons H3O+ reduz consideravelmente este processo. Se a desmineralização se processa com uma dada rapidez e a mineralização em uma rapidez muito menor, o resultado é uma perda de material do dente.


O pH normal da boca é em torno de 6,8; a desmineralização torna-se predominante a um pH abaixo de 5,5. A diminuição do pH na boca pode ser causada diretamente pelo consumo de frutas ácidas e bebidas, ou indiretamente pela ingestão de alimentos contendo carboidratos fermentáveis que permitem produção de ácidos pelas bactérias. No caso da ingestão de um refrigerante contendo açúcar, o pH da boca pode atingir um valor abaixo de 5,5 após 10 minutos. Ele retorna ao seu valor normal após uma hora, quando o açúcar é removido (ou consumido).


Muitos dentistas entendem que uma boa escovação e o uso de fio dental após a ingestão de alimentos é suficiente para a prevenção das cáries.


Fonte: SILVA, R. R.; FERREIRA, G. A. L.; BAPTISTA, J. A.; DINIZ, F. V.  A Química e a Conservação dos Dentes. Química Nova na Escola, nº 13, 2001.

 

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